Mês: outubro 2020
Empresárias estão mais pessimistas que os homens, mas inovam mais durante a crise
Levantamento feito pelo Sebrae mostra que um percentual maior de mulheres afirma ainda ter dificuldades para manter o negócio
As mulheres empreendedoras estão mais pessimistas que os homens no retorno de seus negócios à normalidade. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas. Segundo o levantamento, 66% das empresárias ouvidas acham que menos da metade dos clientes voltarão a consumir em 30 dias, contra 59% dos homens. Ainda de acordo com a pesquisa, as mulheres foram mais prejudicadas do que os homens no tocante ao faturamento mensal das empresas (77% delas acusaram diminuição, contra 73% dos homens) e um percentual maior de empresárias alega ainda ter muitas dificuldades para manter seu negócio (45% delas, contra 42% deles).
O levantamento, realizado entre 28 de setembro e 1º de outubro, mostrou que apesar de sofrerem mais com o impacto da crise que os homens, as mulheres mantêm um comportamento anterior à pandemia que é uma maior resistência a buscar crédito. Desde o início da crise, apenas 46% das empresárias buscaram empréstimos, contra 53% dos homens.
“O que já era difícil, desafiador e precário antes da pandemia, ficou muito pior. A questão é cultural, que além de introjetar na mulher crenças limitantes em relação ao mundo dos negócios, ainda tem a questão das tarefas domésticas e com os filhos que continuam recaídas sobre as mulheres. Se antes da pandemia, algumas ainda contavam com creches, escolas ou ajuda de funcionários cuidando da casa e das crianças, com o isolamento, acabam por acumular 100% das tarefas, ficando esgotadas e reduzindo a quantidade de horas dedicadas às empresas”, ressalta a analista de Cultura Empreendedora do Sebrae, Renata Malheiros. “Sem contar que os setores com mais predominância de mulheres, de alimentos e bebidas e salão de beleza, também foram mais impactados pela crise”.
As mulheres mostram, entretanto, uma maior capacidade de implementar inovações em suas empresas que os homens. De acordo com os dados do Sebrae, cerca de 42% delas passaram a comercializar novos produtos/serviços, desde o início da crise do coronavírus, contra 37% dos homens.
Números da Pesquisa
* As mulheres estão mais pessimistas quanto ao retorno da clientela, pois 66% delas contra 59% dos homens acham que menos da metade dos clientes voltarão em 30 dias.
* Há mais mulheres alegando ter ainda muitas dificuldades para manter seu negócio do que homens (45% delas contra 42% deles).
* Mesmo sendo mais proativas do que os homens, com cerca de 42% delas passando a comercializar novos produtos/serviços, desde o início da crise do coronavírus, contra 37% dos homens, um percentual maior de mulheres (77%) em relação aos homens (73%) acusou diminuição do faturamento mensal.
* A maior parcela dos empresários do sexo masculino (38%) tem dívidas, mas está em dia com elas, enquanto parcela maior das mulheres (35%) afirma não ter dívidas/empréstimos.
* Os homens são mais propensos a contrair dívidas do que as mulheres. 53% deles buscaram empréstimo bancário desde o começo da crise, enquanto 54% das mulheres preferiram não se endividar.
* Cerca de metade dos empresários do sexo masculino atuam no setor de Serviços, enquanto metade das empresárias estão no Comércio.
http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/empresarias-estao-mais-pessimistas-que-os-homens-mas-inovam-mais-durante-a-crise,8dbc23084c975710VgnVCM1000004c00210aRCRD
Pronampe:Terceira rodada pode ter juros maior e limite menor para microempresas
O projeto, que prevê a terceira rodada do Pronampe com juros maior e limite de crédito menor, foi protocolado após negociação com governo e bancos.
A proposta protocolada para uma terceira rodada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) , prevê juros maiores e limite de crédito menor.
O senador Jorginho Mello (PL-SC), presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa e que está a frente do projeto, deu entrada no pedido após negociações com o governo e com bancos.
Segundo o parlamentar, o texto deve ser votado na próxima semana em sessão virtual. Se aprovado, o projeto seguirá para Câmara. Jorginho Mello é o autor da primeira versão da linha emergencial de crédito, que já teve mais de R$ 32 bilhões contratados desde junho.
Taxa de juros
O do parlamentar propõe que a taxa máxima de juros para essa nova etapa seja de 6% ao ano mais a taxa Selic (atualmente em 2%). Esses percentuais são bem superiores aos cobrados atualmente (1,25% mais Selic) .
Mesmo com a elevação do juros, a linha de crédito continuaria sendo uma das mais baratas do mercado. Dados do Banco Central apontam que o juro médio cobrado das empresas em setembro foi de 11,4% ao ano.
Para o senador, o objetivo das novas taxas mais altas é estimular os bancos a correr mais riscos e emprestar mais recursos aos pequenos empresários, que seguem em busca de financiamento em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
“Depois de diversas reuniões entre senadores, governo federal, Banco Central, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, chegamos a uma taxa de juros que reputamos plausível para as micro e pequenas empresas. Sabemos que o ideal era reduzir ao máximo. Contudo, entendemos que se a taxa de juros for abaixo dos 6% mais Selic por ano, os bancos não alavancarão os recursos e, possivelmente, não emprestarão para as micro e pequenas empresas por não acharem atraente a linha”, afirma o senador no texto do projeto.
A intenção é que os bancos façam uma “alavancagem” de quatro vezes, ou seja, emprestem quatro vezes mais do que o valor que será aportado pelo governo no Fundo Garantidor de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil.
Novos valores
O novo aporte deve ser de R$ 10 bilhões, segundo Mello. Ou seja, o valor total do crédito poderia chegar a R$ 40 bilhões — dobrando a concessão atual.
Na primeira fase do Pronampe, os bancos emprestaram R$ 18,7 bilhões em apenas 30 dias. Na segunda rodada, foram disponibilizados R$ 14 bilhões, que praticamente já se esgotaram. Caixa e Banco do Brasil respondem por quase 60% de todas as concessões.
Nessa terceira liberação, segundo o senador, os recursos do FGO poderão garantir até 25% da carteira de cada instituição financeira, em vez de 85%, como atualmente. A contrapartida para os bancos, portanto, será uma taxa de juros mais elevada.
“O Pronampe continuará bastante vantajoso para as empresas e ficará mais atrativo para os bancos, acelerando e ampliando o acesso ao financiamento”, diz o senador.
O projeto também prevê a redução no valor máximo do empréstimo, que será limitado a R$ 300 mil. Pelas regras atuais, as micros e pequenas empresas podem contrair empréstimo no valor correspondente a até 30% do faturamento anual.
O objetivo, segundo o senador, é fazer com que o crédito chegue a um número maior de empresários. Pelo projeto, o prazo de pagamento segue o mesmo: 36 meses.
https://www.contabeis.com.br/noticias/44960/pronampe-terceira-rodada-pode-ter-juros-maior-e-limite-menor-para-microempresas/
Sebrae sugere Refis do Simples diante da situação de micro e pequenas empresas
O gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago, avaliou nesta terça-feira (13) que, embora as micro e pequenas empresas brasileiras tenham começado a se recuperar da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, a situação delas continua “crítica”.
Ele defendeu um projeto que suspende o pagamento de tributos para esse segmento e outro que prevê um parcelamento especial de débitos relativos a impostos (Refis do Simples Nacional) .
As declarações foram dadas durante audiência pública da comissão especial do Congresso Nacional que acompanha as medidas de enfrentamento da Covid-19.
Segundo Santiago, as empresas estão há quase cinco meses faturando menos da metade de antes da pandemia e, por isso, os débitos estão se acumulando ao mesmo tempo em que as medidas emergenciais, anunciadas pelos governos, estão chegando ao fim.
“A retomada não está se dando de forma homogênea, tanto em regiões quanto em setores. A situação não está boa ainda. Há um risco de segunda onda de fechamento de empresas”, disse Santiago.
Ele apontou que existem atualmente R$ 105 bilhões em débitos acumulado pelas micro e pequenas empresas e que, por isso, é preciso a aprovação de três projetos:
PLP 200, que isenta os pequenos empresários da cobrança dos tributos incluídos no Simples Nacional. A moratória alcança até os tributos parcelados vencidos entre 1º de abril e 30 de setembro de 2020. De acordo com texto, os beneficiados teriam até o dia 31 de janeiro de 2021 para recolher os tributos devidos.
PLP 224, que Institui o Programa de Renegociação Extraordinária de Dívidas do Simples Nacional (PREX-SN), com a finalidade de regularizar débitos apurados no Simples Nacional de microempresas, microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte vencidos até 30 de setembro de 2020.
Marco legal do empreendedorismo, que prevê regime tributário simplificado e linhas de crédito específicas para as empresas inovadoras.
“Hoje, temos a partir de outubro, dois pagamentos mensais acumulados [impostos atrasados e os tributos do mês em questão]. As empresas estão em dificuldades, por causa da pandemia, o faturamento não retornou ainda, e por isso é que temos de aprovar os PLPs 200 e 224 que tratam do Refis e da moratória, sem contar o reforço dos recursos do Pronampe para efeitos de crédito”, disse Santiago, do Sebrae.
Oferta de crédito
O representante do Sebrae avaliou que é importante continuar a disponibilizar crédito para as micro e pequenas empresas.
Silas Santiago defendeu que as linhas de crédito extraordinárias atuais, formuladas pelo governo, sejam reestruturadas permitindo uma “alavancagem” maior (garantia a mais financiamentos) e direcionamento maior dos recursos para as micro empresas.
“Tem levantamentos que dizem que, sem o crédito, recuperação do emprego vai ser muito lenta. O Sebrae apoia o Pronampe permanente, com novos recursos do Tesouro”, declarou.
Ele defendeu que R$ 10 bilhões, não utilizados por meio de uma linha de crédito para manutenção do emprego, sejam direcionados ao Pronampe.
De acordo com estimativa do presidente do Sebrae, Carlos Melles, somente 50% das micro empresas buscaram crédito, pois a outra metade não tem “receptividade” por parte dos bancos, e, das que procuraram, ele informou que somente 22% foram atendidas.
“Precisaríamos de ter hoje R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões de créditos disponíveis”, disse ele, acrescentando que, porém, somente cerca de R$ 30 bilhões foram ofertados até o momento.
Ercílio Santinoni, presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais (Conampe), que também participou da audiência, avaliou que o volume de crédito disponibilizado pelas instituições financeiras ainda não foi suficiente.
Segundo ele, 200 mil micro empresas e 260 mil pequenas empresas foram atendidas pelo Pronampe.
Santinoni, da Conampe, disse ainda que a preocupação maior é que o “pequenininho não teve acesso ainda ao crédito”.
“Muito poucos chegaram a ter acesso ao crédito e estão em dificuldade. Se não tivermos acesso ao crédito teremos mais dificuldade de repor os estoques e girar a economia. Acredito que só com mais dinheiro conseguiremos estancar o desemprego, que já está crescendo. E recuperar um pouco dos empregos perdidos”, concluiu.
https://sitecontabil.com.br/noticias_empresariais/ler/pandemia—sebrae-sugere-refis-do-simples-diante-da-situacao-de-micro-e-pequenas-empresas
Quais serão os impactos do PIX para pequenas e médias empresas?
Com a nova modalidade do Sistema Brasileiro de Pagamentos Instantâneos (SPI), do Banco Central (BC), o PIX, a expectativa é que pessoas físicas e jurídicas possam realizar transações financeiras diversas de forma mais dinâmica e segura, além de baratear custos e agilizar os processos, já que o serviço funcionará 24 horas por dia, todos os dias do ano, inclusive aos fins de semana e feriados, permitindo a transferência de recursos em até dez segundos – ao contrário da TED e do DOC, que costumam demorar até um dia útil para processar um pagamento, por exemplo.
Para o mercado, a abertura do PIX para além dos bancos tradicionais, incluindo as fintechs, por exemplo, representará um aumento da concorrência do setor, reduzindo a concentração bancária, incentivando a inovação e possibilitando uma diminuição dos custos atuais para os negócios.
Para as pequenas e médias empresas, os benefícios serão principalmente para o fluxo de caixa, já que o dinheiro de qualquer transação estará disponível na conta imediatamente.
Outra novidade é que, com o PIX, a partir do segundo trimestre de 2021, os usuários poderão fazer saques nos estabelecimentos comerciais. A medida proporcionará a reutilização do dinheiro no varejo e mais clientes nos estabelecimentos, aumentando o potencial para atrair novos negócios.
Para quem vende por meio do comércio eletrônico, o índice de abandono no carrinho de compras pode ser reduzido, aumentando as vendas do setor, já que com o pagamento mediante boleto bancário, o consumidor pode desistir da compra.
Vantagens do PIX para Pequenas e Médias Empresas (PMEs)
A FecomercioSP reuniu algumas dicas aos empresários do segmento para auxiliá-los neste momento de entendimento da nova modalidade de pagamento.
O primeiro passo é fazer o cadastro das chaves PIX da empresa por meio da instituição bancária na qual se tem conta. Esta opção já está disponível nos aplicativos e no internet banking das instituições desde o último dia 5.
O lançamento oficial do PIX ocorrerá no dia 16 de Novembro. Uma vez cadastradas as chaves PIX, a partir desta data, a empresa terá como oferecer ao seu consumidor, principalmente pelo celular, mas também em seu site, três formas de pagamento: criando um Código QR (que pode ser estático ou dinâmico), enviando um link de pagamento para o consumidor finalizar a transação ou emitindo uma chave de endereçamento.
Código QR: a grande diferença entre os códigos QR dinâmico e estático está no número de transações que podem ser realizadas. O estático pode ser usado para diversos pagamentos de um mesmo valor, enquanto o dinâmico vale para apenas uma única transação, já que permite apresentar informações diferentes para cada transação.
Link de pagamento: já bastante utilizado pelas fintechs, a experiência é parecida à do Código QR, no entanto, em vez de criar um código, o recebedor fornece ao pagador um link que, quando acessado, processa imediatamente o pagamento.
Chave de endereçamento: neste formato, a maior parte do processo é realizada pelo pagador, que utilizará os dados do seu cadastro no PIX (como telefone, CPF/CNPJ ou e-mail) para autenticar os pagamentos.
Saques no comércio
A partir do segundo trimestre de 2021, o PIX trará outra disponibilidade para estabelecimentos comerciais: eles poderão dispor do serviço de saque de dinheiro para os clientes. Os critérios ainda serão estabelecidos em normativo do BC.
O procedimento será realizado pelo Código QR – o consumidor apontará a câmera do celular para o código dinâmico emitido pelo recebedor e, então, transferirá imediatamente o valor para a conta do estabelecimento com a tarifa a ser cobrada pelo procedimento, que, por sua vez, devolverá o montante em dinheiro vivo.
Atenção para o risco de fraudes
O cadastramento das chaves PIX deverá ser realizado diretamente na instituição financeira autorizada a operar o sistema pelo BC por meio dos aplicativos próprios ou do internet banking.
As instituições financeiras não enviam e-mail solicitando o cadastramento do PIX. Evite aceitar convites que venham por e-mail ou mensagens no celular. Todo cuidado é pouco para evitar cair em fraude.
https://sitecontabil.com.br/noticias_empresariais/ler/economia—quais-serao-os-impactos-do-pix-para-pequenas-e-medias-empresas-
Boletos do MEI já virão com valores em dobro a partir de outubro
A cobrança acumula a contribuição do mês e também a parcela referente à prorrogação dos boletos durante a pandemia, regra que segue até dezembro. MEI precisa se programar
A conta da pandemia começa a chegar para os Microempreendedores Individuais (MEI) e donos de pequenos negócios optantes do Simples Nacional. A partir deste mês, a Receita Federal começa a cobrar os valores dos impostos que venceriam em março, abril e maio e que tiveram os vencimentos prorrogados. Por isso, nos próximos três meses, a cobrança virá em dobro devido ao valor retroativo. Os empreendedores precisam se organizar para cumprir com essa obrigação sem o pagamento de juros ou correr o risco de perder os benefícios oferecidos pelo regime tributário simplificado. Somente no Rio Grande do Norte, cerca de 195 mil negócios terão de cumprir essa regra.
A recomendação do Sebrae no Rio Grande do Norte é de o empreendedor se preparar financeiramente para quitar essas parcelas, principalmente os microempreendedores, cuja margem de faturamento é menor. Hoje, o RN tem 136 mil empresas enquadradas nessa categoria jurídica.
Desde julho as micro e pequenas empresas optantes do Simples Nacional já voltaram a pagar as guias mensais referentes aos meses de apuração correspondentes. Em julho, agosto e setembro também já houve o pagamento cumulativo da guia do mês com o ICMS e ISS dos meses de abril, maio e junho, respectivamente, que haviam sido prorrogadas por três meses.
“O lema é organização e planejamento. Os próximos três meses não serão fáceis para os MEIs, que terão de arcar com a guia do mês somada aos tributos federais que foram prorrogados. Mas é importante não atrasar para não acumular”, recomenda a coordenadora do MEI no Sebrae-RN, Mabele Dutra.
No caso de negócios formalizados como MEI, o boleto pode ser conferido no site http://www.portaldoempreendedor.gov.br e clicar na opção ‘Já Sou MEI’ e selecionar o ícone ‘Pague sua Contribuição Mensal’. O valor mensal varia de R$ 52,25 a R$ 58,25, montante que virá duplicado. Os boletos vencem sempre no dia 20 de cada mês.
Mesmo a Receita Federal tendo anunciado que as empresas inscritas no Simples Nacional não serão excluídas por débitos tributários em 2020, é importante estar em dia, pois o não pagamento traz algumas conseqüências, como a impossibilidade de emissão de certidões negativas e inpedindo a participação da empresa em licitações.
http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/boletos-do-mei-ja-virao-com-valores-em-dobro-a-partir-de-outubro,9e646c6fc6505710VgnVCM1000004c00210aRCRD