Mês: novembro 2019
Abertura de empresas cresce em 2019 no interior de SP e Sul de MG; conheça histórias de sucesso
Na contramão da geração de empregos formais, a abertura de empresas cresceu nas regiões de Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP), Piracicaba (SP) e Varginha (MG) entre janeiro e outubro desse ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
O G1, em parceria com a EPTV, afiliada da TV Globo, publica esta semana a série “Futuro Patrão”, com reportagens sobre empreendedorismo.
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Dados da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp) apontam que foram abertas 5.241 empresas em Campinas – aumento de 25%. Em Ribeirão e Piracicaba, o crescimento chegou a 21%: 4.631 e 1.576 negócios foram registrados nesses municípios, respectivamente.
Já em São Carlos, o número de novos empreendimentos passou de 877 para 1.033 – alta de 17%. Por fim, Varginha registrou avanço de 10% no número de empresas abertas, de 375 para 412, segundo levantamento da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg).
Os números refletem uma realidade já demonstrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE): a recuperação econômica vem sendo puxada pelo aumento de pessoas trabalhando por contra própria, enquanto a retomada do emprego formal segue lenta.
Aliás, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia comprova a queda na geração de empregos com carteira assinada em Campinas, Ribeirão e São Carlos, no comparativo entre janeiro e setembro desse ano e o mesmo período de 2018.
Microempreendedores
A Jucesp também sinaliza que as microempresas (MEs) são a maioria dos empreendimentos abertos em 2019 em Campinas, Ribeirão, São Carlos e Piracicaba. Em média, os microempresários – que não são microempreendedores individuais (MEIs) – somam 75% do total de registros na Junta Comercial.
A principal diferença entre MEIs e MEs é o faturamento. Enquanto a primeira pode ter receita anual de R$ 81 mil, com tolerância de 20%, totalizando R$ 97 mil, a segunda pode faturar até R$ 360 mil por ano – acima desse valor é enquadrada como Empresa de Pequeno Porte (EPP).
Os dados do Caged também apontam que de cada 10 empregos gerados no país em setembro, sete foram em micro e pequenas empresas. No acumulado do ano, os pequenos negócios geraram 670 mil vagas de trabalho – 10% a mais que no mesmo período de 2018.
Abaixo, o G1 conta um pouco da história de três empreendedores de sucesso em Ribeirão Preto. Dois microempresários e um empresário relatam como se lançaram no mercado, como administram os negócios, enfrentam os desafios diários e quais são os projetos futuros.
Black Barts
Empreendedor desde que se entende por gente, o empresário – e engenheiro mecânico por formação – Fernando Sichieri já investiu em um lava-rápido, quando morava em São Paulo (SP), e também em uma choperia, que se tornou point na década de 1990 em Pontal (SP).
Entretanto, foi na busca por uma solução para si próprio – manter uma barba “de respeito” – que Fernando se realizou como empresário. Há dois anos, com ajuda da mulher, do filho e de um sócio, barbeiro profissional, ele lançou a Black Barts no mercado.
Inicialmente, Fernando dividia o tempo entre o emprego formal em uma multinacional e a idealização dos cosméticos masculinos. Quando o negócio passou a ser autossustentável, ele abandonou a carreira de engenheiro para se dedicar exclusivamente à empresa.
Atualmente, a Black Barts tem uma linha com 10 produtos, entre eles xampu, condicionador e óleo para barba, loção pós-barba, pomada modeladora e pomada em pó, que estão presentes em 120 barbearias do estado de São Paulo e também à venda pela internet.
Arte Caseira
Bastaram os colegas de trabalho experimentar o pão caseiro, para que a então auxiliar de produção Rosângela Ferreira Mendes se tornasse conhecida pelas habilidades na cozinha. A receita se tornou negócio, que começou modesto e informal na própria empresa.
O sucesso nas vendas fez Rosângela apostar em outro ponto: uma mesa na calçada de casa, no bairro Ipiranga, em Ribeirão Preto. A mãe e a filha, de 7 anos, eram as vendedoras. Um ano depois, Rosângela já lucrava com os pães o mesmo valor que recebia de salário.
A partir daí, a auxiliar de produção passou a se dedicar exclusivamente à cozinha. A mesa na calçada foi substituída por um balcão no quintal. Da porta mesmo, os clientes disputavam não apenas os pães, mas também bolos, tortas e outros doces preparados por Rosângela.
Atualmente, 10 anos depois da primeira fornada de pães, a auxiliar que estudou até à oitava série do ensino fundamental diz que se considera uma empreendedora realizada. A padaria tornou-se referência de qualidade e bom atendimento na zona Norte de Ribeirão.
Weird Barrel
O designer Rafael Moschetta era só mais um entre milhares – ou milhões – de brasileiros apaixonados por cerveja, até que decidiu se arriscar em receitas caseiras e, pouco tempo depois, se tornou um sommellier certificado pela “Doemens Academy”, na Alemanha.
Esse curso era apenas o primeiro passo do jovem, que deixou a direção de uma agência de criação de marcas na capital paulista para se aventurar no setor cervejeiro. De colunista e consultor, Rafael se tornou gerente de marketing da Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto.
Foi ali que o empresário conheceu um dos – quatro – atuais sócios no brewpub Weird Barrel, um sonho de ambos e uma experiência surpreendente para os clientes. Mas, o “bar dos piratas”, como é carinhosamente conhecido, é só um dos empreendimentos de Rafael.
O empresário também sócio-proprietário da Academia de Ideias Cervejeiras, que promove cursos e eventos no segmento, e está à frente do festival “IPA Day Brasil”, referência no setor cervejeiro e que em 2019 completou a oitava edição.00:00/04:11
Dólar tem leve baixa com negociações comerciais no radar
São Paulo — O dólar rondava a estabilidade contra o real nos primeiros negócios desta quinta-feira (21), em sessão marcada pela incerteza na frente comercial Estados Unidos–China, com os investidores de olho na aprovação de admissibilidade de PEC que permite prisão após condenação em segunda instância e no voto do presidente do STF sobre caso do antigo Coaf.
Às 9:09, o dólar recuava 0,01%, a 4,1984 reais na venda.
Na sessão anterior, o dólar à vista teve leve ajuste de baixa, caindo 0,17%, a 4,1988 reais na venda.
O dólar futuro registrava alta de 0,15% neste pregão, a 4,203 reais.
O Banco Central ofertará nesta quinta-feira até 15.700 contratos de swap cambial reverso e até 785 milhões de dólares em moeda spot. Adicionalmente, no caso de venda parcial ou não colocação de swaps reversos e dólar à vista, a autarquia ofertará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento janeiro de 2020.
Fonte: https://exame.abril.com.br/economia/dolar-tem-leve-baixa-com-negociacoes-comerciais-no-radar/
Investimentos crescem 13% entre alta renda e caem 2,6% entre renda média
São Paulo – O volume total de dinheiro investido em produtos financeiros por pessoas físicas no Brasil cresceu 8,4% entre dezembro de 2018 e setembro de 2019, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (18) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Com isso, já são 3,1 trilhões de reais aplicados em produtos como títulos públicos, ações, CDBs, fundos de investimentos, poupança e outros.
O crescimento, entretanto, é desigual entre as diferentes faixas de renda: foi puxado pelos segmentos de renda mais alta, enquanto no varejo, que engloba os clientes de renda média e baixa, houve queda.
De acordo com a Anbima, o segmento private, onde estão os clientes mais ricos, em geral com mais de 3 milhões de reais aplicados, ampliou seus investimentos em 13,3% ao longo de 2019 até setembro.
No varejo de alta renda, que concentra os clientes de serviços como Personnalité (do Itaú), Select (do Santander) ou Estilo (do Banco do Brasil), o crescimento do volume total aplicado foi de 14,3%. Não há um recorte oficial para a divisão e isso fica a cargo de cada banco, mas, em geral, são os clientes que têm renda mensal superior a 10 mil reais ou 100 mil reais em investimentos.
No varejo geral, onde ficam os clientes com renda mensal de até 4 mil ou 5 mil reais, houve uma queda de 2,6% no valor total investido.
De acordo com a Anbima, parte da queda nos valores do varejo geral se deu pelo reenquadramento de clientes feito por muitos dos bancos, o que resultou na migração de investidores do varejo tradicional para o varejo de alta renda.
Private tem maior fatia dos investimentos
Dos 3,1 trilhões de reais totais investidos, quase 40% está na mão dos clientes private. Este segmento chegou a 1,22 trilhões reais em investimentos em setembro, ou 38,8% do bolo total, embora tenha apenas 0,24% das contas do país.
Em setembro, havia 79,6 milhões de contas abertas em instituições financeiras no país, de acordo com os números da Anbima (uma pessoa pode ter mais de uma conta). Destas, 187,2 mil estavam registradas como private.
O varejo de alta renda tinha 7,02 milhões de contas cadastradas, ou 8,8% do total de contas, e 997,6 milhões de reais investidos, ou 31,6% das aplicações totais.
O varejo geral tinha 90,9% das contas (72,3 milhões de contas cadastrados) e 993,4 milhões de reais investidos (29,6% das aplicações totais).
Receita Federal desburocratiza, facilita e mostra ao empresário como ingressar no comércio exterior
A Receita Federal implantou várias medidas para facilitar o ingresso das empresas no Comércio Exterior, contribuindo com a melhoria do ambiente de negócios e o desenvolvimento econômico e social do País.
Inicialmente lançou o Portal Habilita no Portal Único de Comércio Exterior, que permite às empresas solicitarem, via Internet, a habilitação para operarem no comércio exterior, com uso de certificado digital, procedimento célere e sem burocracia.
Não bastante, agora a Receita Federal mostra às pessoas interessadas em ingressar no mercado externo o caminho para sua habilitação, de forma didática e detalhada, caso a caso. Trata-se do manual aduaneiro de Habilitação no Siscomex, totalmente renovado, muito mais intuitivo, amigável e completo.
Na homepage do manual aduaneiro podem ser consultadas as informações gerais sobre o processo de habilitação mas a novidade e grande destaque é a consulta aos Roteiros de Habilitação para Pessoas Diversas. Neles, o leitor poderá identificar qual o seu caso e acessar uma página de informações específica com todas as orientações necessárias para sua habilitação, permitindo-o iniciar sua atuação no Comércio Exterior, na maioria dos casos, imediatamente.
Ficou muito mais fácil para as pequenas e médias empresas habilitarem-se e assim tornarem-se mais competitivas, com as portas abertas ao mercado internacional. Consulte aqui o roteiro específico aplicado à sua empresa ou até mesmo a você, pessoa física:
Pessoa Física – Produtor Rural
Pessoa Física – Artesão ou Assemelhado
Pessoa Jurídica – Sociedade Anônima de Capital Aberto
Pessoa Jurídica – Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista
Pessoa Jurídica – Órgão Público, Organismo Internacional e Outras Instituições Extraterritoriais
Pessoa Jurídica – Entidades Não Personificadas
Reforma tributária deveria mirar em renda, patrimônio e grandes fortunas?
São Paulo — De todas as propostas de reforma tributária em tramitação no Congresso, nenhuma toca num fato central: o Brasil é um dos países do mundo que menos tributam renda e patrimônio. Isso é frequentemente apontado por críticos, em especial da esquerda, e a estrutura tributária brasileira pode mesmo ficar mais justa — mas sem falsas ilusões.
“É verdade que o Brasil tributa pouco a renda, especialmente a renda das pessoas físicas, mas o assunto é um pouco mais complexo do que parece à primeira vista”, diz o economista Bernard Appy, um dos autores da reforma com a tramitação mas avançada no Congresso hoje, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45.
Não se deve esperar que o Brasil tribute a renda das pessoas físicas no mesmo nível dos países mais ricos, segundo ele, pois é um país mais pobre. “Isso é importante, porque, nos países desenvolvidos, a maioria da população paga imposto de renda, enquanto no Brasil a grande maioria é isenta”, diz.
Dados da Receita Federal trazidos pelo economista mostram que há 29,1 milhões de declarantes de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) no país, dos quais apenas 18,4 milhões tem imposto devido. Outros 10,7 milhões declaram, mas não tem imposto devido.
“Por conta dessa característica, não só o Brasil, mas a grande maioria dos países em desenvolvimento depende mais da tributação do consumo que da renda”, completa.
Mesmo assim, a receita de imposto de renda no Brasil em relação ao PIB é superior à da maioria dos países relevantes da América Latina. Os tributos sobre a propriedade também são os que mais arrecadam proporcionalmente na região, atrás só da Argentina.
A PEC 45, encampada por Appy, não mexe com a carga tributária brasileira, mas simplifica sua estrutura por meio de um novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificaria os federais ICMS, PIS e Cofins, o estadual ICMS e o municipal ISS. A ideia é inspirada no Imposto sobre Valor Agregado (IVA), amplamente usado em países desenvolvidos.
Não há incompatibilidade, segundo o economista, entre a PEC 45 e a agenda de mudanças no imposto de renda, na folha e na propriedade. “A decisão sobre se esses temas serão tratados conjuntamente ou não é do Congresso Nacional”, diz.
De acordo com dados divulgados pela ONG Oxfam Brasil na semana passada, a tributação sobre renda e patrimônio como proporção da carga tributária no Brasil é de 22%, contra 40% em países desenvolvidos. Já a tributação indireta (consumo) brasileira chega a quase 50%, enquanto, na OCDE, fica em 33%, na média. Essa tributação indireta tende a pesar mais sobre os mais pobres, pois eles gastam a maior parte da sua renda em consumo.
As pessoas que estão entre os 2% com menor renda do Brasil (pouco mais de R$ 800) contribuem proporcionalmente mais do que as pessoas que estão entre os 0,2% de renda mais alta no país (mais de R$ 375 mil). Enquanto o primeiro grupo paga, em média, 25% de sua renda em impostos, os mais ricos contribuem com apenas 7% de sua renda. A média é 19%.
“O Brasil é um país onde, se o cidadão ganha mais de 6 mil reais, já está nos 10% mais ricos. Então como cobrar muito mais ali? Vai cobrar de quem?”, diz Marcos Lisboa, presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica. Ele diz que a arrecadação não seria tão relevante.
“Se a pessoa ganha mais de 28 mil reais no Brasil, já está no 1% mais rico. Então qual alíquota traria algo relevante? Poderia aumentar um pouco, mas ainda assim a arrecadação seria muito baixa”, diz.
Gabriel Quintanilha, professor da FGV Direito Rio. considera haver espaço, ainda que limitado, para um aumento da alíquota do Imposto de Renda. Hoje, são cinco faixas de alíquotas muito próximas, segundo ele. É isento quem ganha até aproximadamente R$ 1.900 por mês e paga o máximo de 27,5% quem ganha acima de R$ 4,6 mil.
“Se a alíquota mais alta for até 35%, por exemplo – mas quando eu falo em aumentar não é pegar o indivíduo que recebe R$ 5 mil por mês, o que eu digo é ter um espaçamento de fases maior, começando com uma isenção em torno de R$ 3 mil, chegando aos 35% para quem ganha acima de R$ 20 mil. Isso traria uma justiça maior”, diz.
Membros da equipe econômica já circularam a possibilidade de corrigir a tabela do IR estabelecendo novas faixas, com alíquotas menores e menos brechas de deduções para os mais ricos.
Dividendos e heranças
Outra opção é a tributação de lucros e dividendos. A Estônia é hoje o único país da OCDE que não o faz, segundo recente do Ipea. O Brasil extinguiu essa cobrança em 1995, mas o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse várias vezes que a volta do imposto está nos seus planos.
“Isso gera uma grande discrepância no Brasil. O empresário que recebe a distribuição de lucros no final do exercício está isento do pagamento do imposto de renda. Mas sua secretária, que recebe o salário de R$ 4 mil por mês, paga os 27,5% do IR”, diz Quintanilha.
O professor diz ainda que o imposto sobre heranças é muito baixo no país. “Em países como Estados Unidos e Inglaterra, a alíquota desse tipo de tributação chega a ser superior a 40%, enquanto que aqui no Brasil a alíquota máxima é 8%”, diz.
E as grandes fortunas?
Previsto pela Constituição Federal de 1988, o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) nunca foi regulamentado e volta e meia volta ao debate.
Apesar de parecer justo do ponto de vista social, economistas apontam que os cidadãos-alvo desse tipo de tributação, de forma geral, têm facilidade para fugir da cobrança. Além disso, o retorno para os cofres públicos não é relevante.
“Justo, mas ineficaz. A arrecadação até pode ter um aumento num primeiro momento, porém, se olharmos para a experiência histórica, volta a cair”, diz Fagner Souza, líder da área de impostos da consultoria Mazars.
Um caso emblemático é o da França, onde esse tipo de tarifação ganhou o apelido de “imposto inglês”, lembra Souza, já que provocou a migração de muitos ricos para a Inglaterra.
Um caso famoso foi do ator francês Gérard Dépardieu, que se tornou cidadão belga e, posteriormente, russo, em protesto à decisão do ex-presidente da França, François Hollande, de taxar em 75% as grandes fortunas.
Para atingir mais os mais ricos, segundo Souza, tributar dividendos e corrigir as faixas do IR são os caminhos mais indicados.